terça-feira, 30 de novembro de 2010

Como encontrei meu caminho

por Ana Carolina Miotto


Ana, uma apaixonada por artes
disposta a colorir o mundo   
“Garota de um belo universo paralelo cor-de-rosa, perdido nesse assustador mundo cinza”. É desse modo que um grande amigo meu, Maurício, sempre me descreveu. Porém, eu não posso concordar totalmente com sua afirmação, afinal, nunca gostei muito de rosa. Ao mesmo tempo, às vezes, eu realmente não me sinto em casa nesse universo, como se não pertencesse a ele. Isso eu posso afirmar com toda certeza. Sempre fui uma pessoa considerada “estranha” pelos coleguinhas de classe, não por ser tímida ou recatada, características essas que nunca fizeram parte da minha personalidade, mas por nunca gostar do que todo mundo gosta, por gostar do que ninguém gosta e, principalmente, por tentar sempre ser muito diferente das outras pessoas. Acho que foi assim que eu desenvolvi meu gosto pelas artes.

Cinema, música, artes plásticas e teatro. Acho difícil que exista alguém que não goste de arte, até por que ela é muito abrangente, sempre haverá um estilo ou uma forma que agradará a cada um de nós. O problema é que o estilo que eu gosto é muito restrito. Talvez esse gosto tenha se desenvolvido na minha árdua busca por diferenciação. Acontece que, ao me deparar com a terrível pergunta que aflige a maioria de nós aos 17 anos: “o que cursar no vestibular?!”, pensei no que eu gostava e a arte foi a primeira palavra que veio a minha mente.

Pensei em faculdade de música, de cinema, de artes plásticas ou de história da arte. Entretanto, optando por qualquer um desses cursos, eu eliminaria os outros automaticamente. Eu não poderia estudar música em uma faculdade de desenho, ou cinema em uma faculdade de artes plásticas. E, como eu sou mimada, queria todos. Outro fator importante levado em conta nessa decisão foi o fato de eu não ser uma artista, mas, sim, uma mera admiradora da arte. O que eu poderia fazer? Até que me ocorreu a brilhante ideia: jornalismo.

O que o jornalista cultural faz? Admira a arte. É isso que eu faço, por que não seguir por esse caminho? Não acredito que alguém possa dizer que a escolha que fez é sempre a mais correta, afinal, nunca sabemos para que o destino nos prepara. No entanto, tenho certeza de que não foi um erro. Não sei se estou totalmente feliz com o que estou fazendo, mas não tenho nenhuma intenção de mudar de caminho. Vou seguir em frente, deixando que o universo cor-de-rosa da qual pertenço, de acordo com meu amigo Maurício, me inspire a colorir esse triste mundo cinza.

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