terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Conhecimento Evangélico leva ao Espiritismo

por Sueli de Oliveira

Reencarnada em berço protestante, Dona Zildéa Aldrovandi é um nome que soa muito familiar para quem é espírita em Piracicaba e região. A participação dela no meio espírita já completou 5 décadas, com seu recente aniversário de 80 anos. Entretanto, essa religião ainda  causa grande estranhamento a muitos.

Todavia, não pense que foram perdidos os 30 anos que ela passou no protestantismo, pois este muito lhe acrescentou. Aliás, foi justamente um desses conhecimentos que a levou ao Espiritismo.

Logo que se casou e foi viver em Curitiba, Dona Zildéa conheceu um chefe de bombeiros que era amigo de seu marido. Ele era espírita e conversava muito com a nossa questionadora, que passou a obter respostas para suas dúvidas sobre a Bíblia.

Entende-se por salvação a transformação moral, exatamente o objetivo da Doutrina Espírita.

No Novo Testamento, em uma das Cartas de Paulo, podemos ler que seremos salvos pela fé, e que se acreditarmos em Jesus, nosso salvador, seremos salvos do inferno. No entanto, isso não convencia a pensadora.

Em busca de explicações para a vida, ela passou a ler Allan Kardec, codificador da Doutrina Espírita, fazendo com que a dúvida sobre a interpretação anteriormente questionada desaparecesse. O Espiritismo prega que a fé é raciocinada e que Jesus é nosso salvador, mas ele veio nos mostrar o caminho. Não basta ficarmos de braços cruzados esperando, precisamos fazer uma reforma íntima constante, o que consequentemente nos levará a elevação moral. 


A atuação de Dona Zildéa no Espiritismo teve início em 1962, no Centro Espírita União Espírita. Entre uma atividade e outra, como tinha muita facilidade para falar em público, logo começou a dar palestras. Atividade na qual o conhecimento bíblico adquirido nos tempos de evangélica muito a ajudou.

Logo foi convidada a fazer parte da diretoria da USE Piracicada (União das Sociedades Espíritas), em seguida foi para o Departamento do Livro da USE e também passou a promover a feira do livro em praça pública.

Atualmente, ocupa o cargo de vice-presidente do centro espírita Urubatão, localizado à rua Fernado Febeliano da Costa. Também desenvolve as atividades de palestrante, orientadora no Coem (Curso de Orientação Mediúnica), curso básico em Espiritismo e grupo de estudos das obras básicas.

Nas horas vagas, Dona Zildéa aprecia música clássica e aproveita para adquirir mais conhecimento com leituras diversificadas e sadias.

Algumas dificuldades são encontradas pela divulgadora da doutrina espírita: melindres entre os trabalhadores do meio espírita e críticas por leigos que não compreendem a filosofia. Obstáculos para divulgação das obras básicas do espiritismo.

Entretanto, está crescendo o número de bons expositores. Após o filme de Chico Xavier, muitos espíritas “saíram do armário”, e com o filme Nosso Lar os centros espíritas precisaram comprar mais cadeiras. Há também casos que inspiram bom ânimo para os adeptos dessa doutrina como, por exemplo, do Presidiário de Itapetininga – Douglas – que recebeu de um  funcionário o Evangelho Segundo o Espiritismo, no qual constava os endereços dos centros espíritas. Como Douglas muito apreciou o evangelho, ele escreveu uma carta para o centro pedindo mais livros. Tarefa que dona Zildéa desempenhou habilmente enviando para o presídio uma caixa de obras sobre os assunto.

A profissão de bibliotecária a qual dona Zildéa desempenhou por 30 anos a ajudou angariar muito conhecimento em diversas áreas. E tanto conhecimento encontra excelente aproveitamento quando a memória é ativa. Quem a conhece sabe que não há exageros na nota.  A dona de tanto conhecimento encontrou no Espiritismo a coerência tão buscada até então.

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