terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Lula volta atrás no G20 e pede desculpas aos “brancos de olhos azuis”

por Érico San Juan

Érico: aquele dos olhos azuis...
O presidente Luis Inácio Lula da Silva pediu desculpas por uma declaração feita no dia anterior, a respeito da suposta dominação dos países pobres pelos “brancos de olhos azuis”. A declaração foi feita durante jantar promovido pelo G20 ao líderes da América Latina, no encerramento desta quinta-feira.

Acompanhado da presidente eleita Dilma Rousseff e do Ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, Lula ressaltou que sua declaração foi interpretada de uma maneira “equivocada”, principalmente pela imprensa inglesa, mas que respeita todos os países que promovam a integração social e econômica entre os povos, independente de raça, credo ou origem. “Com minha origem pobre e operária, eu fui um dos raros que conseguiu chegar à presidência de um país. Mas isso não seria possível  sem o voto de brancos, negros, pobres, ricos, homens e mulheres”, declarou Lula.

O Ministro Celso Amorim afirmou a convicção do governo brasileiro em reforçar a cooperação entre todos os países. “O que não podemos é deixar que os países ricos façam o que queiram em proveito próprio, sem pensar no progresso de países emergentes que já ocupam um papel de destaque no mundo”, afirmou o ministro.

Já a presidente eleita Dilma Rousseff relembrou sua origem húngara, afirmando que a imigração de seus pais ao Brasil, bem como a de imigrantes de outros países, só ajudou na construção de uma pátria mais desenvolvida. “O preconceito contra etnias é algo a ser combatido, e tenho absoluta certeza que o povo brasileiro usa de bom senso para lidar com essa questão”.

Lula aproveitou a ocasião para responder a respeito do comediante Tiririca, deputado mais votado do estado de São Paulo em 2010. Questionado se o humorista seria um bom deputado apesar de seu suposto analfabetismo, o presidente defendeu: “Tiririca é um idadão que usou do humor para ajudar o povo brasileiro do seu jeito. Agora, em Brasília, vai usar de sua sensiblidade de artista para ajudar o povo de outro jeito. A rejeição ao nome dele, sim, é puro preconceito”.

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