quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Não é apenas o nariz que faz o palhaço

por Pamela Peruzzi

Em uma tarde de domingo, passo em uma praça na cidade de Americana e vejo um grupo de jovens reunidos. Já passa em minha mente, acostumada pela violência atual, que será que estão aprontando?

Fico ali, a observar.

Pâmela, observando e se surpreendendo
De repente, tiram de suas mochilas e sacolas: bolas, claves e tochas. Mas, como pode, meninos tão bem vestidos e bonitos, no desespero do desemprego, irão tentar a profissão dos “artistas dos semáforos”?

Então, começam o show, malabares com claves, bolas e tocha de fogo.

Ah, já sei, estão treinando para um trabalho de faculdade em que o projeto foi montar um circo, correto? Não.

Chega de adivinhar, deixo a timidez de lado e aproximo-me para questioná-los, afinal o que estão fazendo?

Chego perto de um rapaz que está agachado e toco em suas costas, pronta a fazer minha pergunta, quando me surpreendo com seu rosto pintado e um nariz de palhaço, e meio assustada começo a rir.

A surpresa é maior quando desvendo o mistério dos jovens na praça.

Trata-se de um grupo de JOVENS que participam de uma ONG chamada “Medicina do Riso”, o objetivo é levar amor por meio da arte clown e ter como consequência o sorriso. Interagem diretamente com o público, realizam seus trabalhos que vão desde intervenções em hospitais até localidades de carência extrema. A única meta desses jovens é levar a alegria a quem mais precisa.

O trabalho é levado com seriedade e muito estudo, e por isso se reúnem na praça todos os domingos, para treinar e ensaiar os shows de caridade que fazem por aí, de graça, onde apenas o riso é cobrado.

Em um tempo que assistimos a tanta violência causada por jovens drogados, revoltados sem motivo, nos deparamos com um grupo como esse, que passa o tempo semeando o bem e trabalhando com amor.

Afinal, não é apenas o nariz que faz o palhaço, é o espírito de levar a alegria e conseguir obter um singelo sorriso, mesmo que seja em meio ao susto, porque sorrir não faz mal a ninguém!

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