terça-feira, 7 de dezembro de 2010

“Expedição Via Láctea” é apresentada na Feileite, no caminho da qualidade do leite

por Pamela Peruzzi
É com clima de inovação que acontecerá a apresentação, durante esta quinta-feira na Feileite 2010, da “Expedição Via Láctea”,

A “Expedição Via Láctea” é um projeto ITINERANTE que irá percorrer 51 regiões em 6 estados brasileiros, com o propósito de difundir e compartilhar conhecimentos sobre as questões relacionadas à qualidade do leite.
Pâmela divulgando a Expedição Via Láctea

Através de eventos, palestras e apresentações o projeto procura sensibilizar produtores e consumidores sobre a importância da qualidade do leite e os impactos socioeconômicos decorrentes desse fator, além de realizar coletas e análises de leite, para comparar resultados atuais com os novos indicadores da IN 51 que passa vigora a partir de 2011.

As principais regiões de produção do leite serão visitadas (RS, SC, PR, SP, MG e GO), 51 cidades serão percorridas, 510 produtores beneficiados com as análises do leite realizados pelos laboratórios móveis, somando um total de 5.100 pessoas beneficiadas com os eventos.

Laboratórios Móveis Itinerantes
A “Expedição Via Láctea” é acompanhado pela “Vaca Móvel”, já conhecida pelo público e, principalmente, pelos produtores que receberam a visita do laboratório móvel, e podem testemunhar os resultados positivos e melhorias de produção alcançados após a participação no programa.

Tudo isso pode ser visto ao vivo pelos interessados, que ainda podem conversar com os responsáveis pelo projeto. Basta visitar a Feileite, que vai até o próximo sábado, 11/11, e ir até o estande do IBSpec (117 – ao lado da segunda pista de julgamento).

Mais informações:
Pamela Peruzzi
Assessoria de Imprensa

Feileite 2010
Centro de Exposição Imigrantes - Rod Imigrantes km 130
Tel: (011) 3345 2033

Conhecimento Evangélico leva ao Espiritismo

por Sueli de Oliveira

Reencarnada em berço protestante, Dona Zildéa Aldrovandi é um nome que soa muito familiar para quem é espírita em Piracicaba e região. A participação dela no meio espírita já completou 5 décadas, com seu recente aniversário de 80 anos. Entretanto, essa religião ainda  causa grande estranhamento a muitos.

Todavia, não pense que foram perdidos os 30 anos que ela passou no protestantismo, pois este muito lhe acrescentou. Aliás, foi justamente um desses conhecimentos que a levou ao Espiritismo.

Logo que se casou e foi viver em Curitiba, Dona Zildéa conheceu um chefe de bombeiros que era amigo de seu marido. Ele era espírita e conversava muito com a nossa questionadora, que passou a obter respostas para suas dúvidas sobre a Bíblia.

Entende-se por salvação a transformação moral, exatamente o objetivo da Doutrina Espírita.

No Novo Testamento, em uma das Cartas de Paulo, podemos ler que seremos salvos pela fé, e que se acreditarmos em Jesus, nosso salvador, seremos salvos do inferno. No entanto, isso não convencia a pensadora.

Em busca de explicações para a vida, ela passou a ler Allan Kardec, codificador da Doutrina Espírita, fazendo com que a dúvida sobre a interpretação anteriormente questionada desaparecesse. O Espiritismo prega que a fé é raciocinada e que Jesus é nosso salvador, mas ele veio nos mostrar o caminho. Não basta ficarmos de braços cruzados esperando, precisamos fazer uma reforma íntima constante, o que consequentemente nos levará a elevação moral. 


A atuação de Dona Zildéa no Espiritismo teve início em 1962, no Centro Espírita União Espírita. Entre uma atividade e outra, como tinha muita facilidade para falar em público, logo começou a dar palestras. Atividade na qual o conhecimento bíblico adquirido nos tempos de evangélica muito a ajudou.

Logo foi convidada a fazer parte da diretoria da USE Piracicada (União das Sociedades Espíritas), em seguida foi para o Departamento do Livro da USE e também passou a promover a feira do livro em praça pública.

Atualmente, ocupa o cargo de vice-presidente do centro espírita Urubatão, localizado à rua Fernado Febeliano da Costa. Também desenvolve as atividades de palestrante, orientadora no Coem (Curso de Orientação Mediúnica), curso básico em Espiritismo e grupo de estudos das obras básicas.

Nas horas vagas, Dona Zildéa aprecia música clássica e aproveita para adquirir mais conhecimento com leituras diversificadas e sadias.

Algumas dificuldades são encontradas pela divulgadora da doutrina espírita: melindres entre os trabalhadores do meio espírita e críticas por leigos que não compreendem a filosofia. Obstáculos para divulgação das obras básicas do espiritismo.

Entretanto, está crescendo o número de bons expositores. Após o filme de Chico Xavier, muitos espíritas “saíram do armário”, e com o filme Nosso Lar os centros espíritas precisaram comprar mais cadeiras. Há também casos que inspiram bom ânimo para os adeptos dessa doutrina como, por exemplo, do Presidiário de Itapetininga – Douglas – que recebeu de um  funcionário o Evangelho Segundo o Espiritismo, no qual constava os endereços dos centros espíritas. Como Douglas muito apreciou o evangelho, ele escreveu uma carta para o centro pedindo mais livros. Tarefa que dona Zildéa desempenhou habilmente enviando para o presídio uma caixa de obras sobre os assunto.

A profissão de bibliotecária a qual dona Zildéa desempenhou por 30 anos a ajudou angariar muito conhecimento em diversas áreas. E tanto conhecimento encontra excelente aproveitamento quando a memória é ativa. Quem a conhece sabe que não há exageros na nota.  A dona de tanto conhecimento encontrou no Espiritismo a coerência tão buscada até então.

Geronto o quê?

por Adriana Patrício

Há previsões de que, em 2025, o Brasil seja o 6º país com o maior número de idosos e, em 2050, estima-se que o mundo terá 2 bilhões de idosos e dois terços deles estarão em países em desenvolvimento. Com base nesses dados, o envelhecimento humano, um fenômeno mundial e irreversível, passou a ser estudado de uma maneira bastante específica por meio do curso de Gerontologia, oferecido somente pela USP, UFSCar e FAI-SP. A primeira turma da USP se formou em 2008.

Afinal, o que faz um gerontólogo? Segundo o Guia do Estudante, o bacharel em Gerontologia cria, planeja e organiza projetos que visam ao bem-estar do idoso em seus aspectos psicológico, físico e social. Trata-se de um profissional de formação generalista, capacitado para atuar na gestão da velhice saudável e da velhice fragilizada, pautado em princípios éticos e em informações científicas sobre a saúde do idoso. Além de prever e dimensionar os problemas, ele assiste as pessoas da terceira idade, atuando também no combate ao preconceito e a atos considerados inapropriados de famílias e organizações assistenciais. Também é habilitado para trabalhar com grupos específicos que necessitam de cuidados especiais, como os portadores de problemas mentais, moradores de rua, imigrantes e idosos que vivem sozinhos. Com base em seus conhecimentos, esse profissional serve como elo entre os médicos especialistas em Gerontologia e os que atuam na atenção básica.

Apoiada pela ideia de que o "país está envelhecendo", Mayne Patricio Malagutti, 22 anos, viu na Gerontologia a união de todos os assuntos que lhe interessavam: envelhecimento humano, biologia, psicologia e questões sociais. Na época do vestibular, em 2005, Mayne estava em dúvida sobre qual profissão escolher. “Sempre gostei de biologia, estudos sobre relações humanas e aspectos psicológicos, mas não tinha certeza sobre qual área seguir”. Ao ler o manual da Fuvest (USP), ela se deparou com o curso de Graduação em Gerontologia e resolveu arriscar.

Questionada sobre as expectativas com relação ao curso escolhido, Mayne diz que quase todos os textos que abordam a temática do envelhecimento começam trazendo a mudança demográfica que está ocorrendo no Brasil, acarretando num número maior de idosos. Os mesmos textos deixam claro que a preocupação com o envelhecimento populacional deveria ganhar maior destaque, havendo maior número de profissionais e estudiosos na área. Isso a levou a acreditar que o gerontólogo seria bem aceito no mercado, tanto em equipamentos de saúde como em equipamentos sociais. Entretanto, isso não está ocorrendo. A falta de divulgação do curso faz com que esse profissional não seja reconhecido. “A inserção do gerontólogo não está sendo fácil, mas meus professores (psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas) sempre diziam que quando eles começaram, o preconceito era igual. Acredito que leva um tempo mesmo para ganhar espaço”, diz a recém-graduada em Gerontologia.
Adriana nos explicando o que
é essa tal de Gerontologia

Com boas recordações da faculdade, a gerontóloga declara que, além das grandes amizades, sente falta do contato com as pessoas idosas. Ela costumava participar de oficinas para idosos na Universidade Aberta da Terceira Idade da própria faculdade e todo semestre realizava estágio prático em alguma instituição que trabalhava com idosos. “Aprendia muito com os mais velhos”, diz Mayne.

Ao falar do futuro, a ex-estudante da USP não hesita em demonstrar o orgulho pela sua escolha profissional: “acredito muito na minha profissão, principalmente por ter passado por diversos estágios e ter identificado a necessidade de um gerontólogo nos locais que passei. Não perco a esperança. Tenho certeza de que um dia o gerontólogo será reconhecido”.



O curso

O currículo é dividido em áreas temáticas, como biológicas e sociais, fundamentos para atuação na área de saúde, assistência ao idoso e administração relacionada a programas e serviços de saúde. Assim, você estuda disciplinas como psicogerontologia, psicologia, epidemiologia, bioestatística e biologia do envelhecimento. Também compõem a grade curricular o cuidado gerontológico, o idoso na família e na comunidade, a assistência ao idoso hospitalizado, a alimentação e nutrição do idoso, a assistência domiciliar e políticas e programas de saúde do idoso. No último ano, é exigida a realização de estágios.
Duração média: quatro anos.

O que você pode fazer

Apoio familiar

Atuar no aconselhamento e orientação psicológica de familiares visando a aumentar a qualidade de vida dos idosos.

Capacitação
Preparar cuidadores de idosos – ocupação reconhecida pelo Código Brasileiro de Ocupações.

Planejamento

Planejar, promover e coordenar ações para informar a população sobre os cuidados específicos com os idosos. Propor projetos para solucionar os problemas da terceira idade, levando em conta as principais doenças que a acometem e os fatores sociopolíticos e culturais.

Docência e pesquisa
Orientar projetos de pesquisa e ministrar aulas teóricas e práticas.

Salário inicial

R$ 1.300,00 (20 horas semanais); R$ 2.600,00 (40 horas semanais); Fonte: Associação Brasileira de Gerontologia.

Fontes: http://guiadoestudante.abril.com.br/profissoes/saude/gerontologia-601800.shtml

http://each.uspnet.usp.br/each/download/cursos/GER.pdf

Pedro e Isadora


por Adriana Patrício

Adriana descrevendo a história de Isadora, aquela que
 se desprendeu de mesinhas e de Pedros...
Três anos. Pedro e Isadora estavam juntos há três anos. Ela, que sempre fora romântica, nunca tinha recebido flores. Talvez um dia, no primeiro ano de namoro, quando ele bebeu demais e se esqueceu de buscá-la na rodoviária. Duas horas depois, apareceu com uma única flor e uma ressaca moral maior que o buraco no estômago de tanto vomitar. Isadora, com os olhos vermelhos, sorriu e perdoou. Podia parecer que não, mas Pedro amava Isadora. Ele nunca havia dito, mas sentia. E Isadora, apesar de ter estranhado a mudez de Pedro, aprendeu a conviver com o silêncio. Aprendeu a viver com o suposto desamor que rondava o relacionamento deles. Pedro trabalhava bastante, estava sempre envolto aos negócios. Dizia que queria comprar uma casa. Ele só se esquecia de mencionar o “para nós”. Com o tempo, Isadora também passou a planejar sua vida sozinha. A diferença é que ele agia de uma maneira despretensiosa, ela passou a fazer tudo premeditado. Pedro tinha outros passatempos, com nomes, curvas e histórias. Isadora desconfiava, até que um dia comprovou. Perdoou. Isadora nunca sofreu por Pedro, sempre fora muito tranquila. Ela também tinha onde se divertir, mas era feliz consigo mesma. Isadora não fazia nada por vingança. Aprendera que ser vingativo faz mal à saúde. Pedro passou a ser um móvel na vida de Isadora. Pedro era a mesinha do computador de Isadora. Ele precisava estar lá, embora não fosse completamente fundamental. Isadora acostumou-se com aquela mesinha e ainda não tinha vontade de se desfazer dela. Pedro parecia não enxergar Isadora às vezes, só queria saber de si. Assim, era comum o cenário: na mesma casa, ela lia um livro na sala, enquanto ele cozinhava, como se ninguém estivesse em casa. Isadora sentia falta do amor. De declarações, de sentimento. Mas não tinha tempo para essas coisas. Pedro nunca se esforçara para manter Isadora em sua vida, era tão seguro de si que ficou indignado quando, brincando, perguntou a Isadora se ela já o havia traído. “Sim”. Com quem? “Você não conhece”. Ficou dois dias mais mudo que o normal, mas nunca cobrou nada de Isadora. Naquela manhã, Isadora saiu cedo para trabalhar. Pedro continuava dormindo. Depois de muito tempo sem esse hábito, ela deu um beijo de despedida e saiu. Ele nem notou. Isadora não voltou. Pedro só notou quando foi dormir e não encontrou Isadora do lado da cama. Teve uma leve preocupação e esperou um pouco para ligar. Ela não atendeu.


Isadora estava em casa. Em sua casa.


Com o passar do tempo, providenciou sua própria vida. Aos poucos, ela foi levando suas coisas do apartamento que morava com Pedro para o seu novo apartamento. Pedro nunca notou. Além de tudo que comprou para o novo lar, a última aquisição de Isadora foi um notebook. Assim nunca mais precisaria de uma mesinha.

Totens interativos ajudam a evitar 'programa de índio'

Doze terminais com informações turísticas de Piracicaba serão instalados na cidade

por Érico San Juan


Foi-se o tempo em que as colunas ficavam mais arqueadas por causa da consulta a listas telefônicas de milhares de páginas. Em várias cidades turísticas do Brasil, basta uma dedada num mapa em tela de computador de locais públicos, e o interessado fica sabendo em quais lugares comer, beber e se divertir em cidades turísticas. Piracicaba acaba de receber esses terminais que pretendem substituir as listas telefônicas, também chamados de totens. O nome do serviço interativo de terminais é tão fácil de decorar quanto uma onomatopeia de história em quadrinhos: Zoom.

O anúncio da chegada dos terminais a Piracicaba foi feito numa entrevista coletiva no Spazio di Fatto, local que abriga convenções, festas e eventos variados. No hall, mesas de quitutes, seguranças engravatados abriam passagem ao pequeno auditório. A assessoria de imprensa, junto dos responsáveis pelo projeto Zoom, esperava os jornalistas convidados para a coletiva, mas recebeu primeiro os estudantes do curso de redação Jornalística do Senac.

TOQUE. Fernando Gibotti, diretor da Gsu4, empresa do GS Groups responsável pelo Zoom Piracicaba, disse que a ideia nasceu de uma visita feita a uma exposição de arte naïf (“No exterior!”, como o empresário faz questão de frisar). Ele, que trabalhou na Google Maps, percebeu que as pessoas “não entendem mapas”. E que já havia uma tradição de "mapas ilustrados “ desde a década de 60 em algumas cidades brasileiras como Curitiba e São Pedro.

Fernando e o Zoom: toque na tela para
evitar programa de índio 
A percepção de eficiência dos mapas desenhados de forma mais simples e bem-humorada rendeu um trabalho parecido nos terminais da Zoom. Ao primeiro toque na tela do computador, no lugar escolhido pelo turista, o endereço desenhado se aproxima. Ao segundo toque, o mapa sai de cena e dá lugar a fotos, endereço e outras informações sobre o lugar que se deseja visitar.

Outra característica dos terminais interativos é a impressão das informações acessadas pelo usuário, em papéis semelhantes a extratos bancários. Mas os turistas terão que esperar um pouco pelo serviço,  mais precisamente até abril de 2011. Por enquanto, os terminais da Zoom Piracicaba serão instalados em doze pontos estratégicos de Piracicaba, entre os quais o Engenho Central, Museu da Água e terminais de ônibus municipais e interestaduais. O conteúdo dos totens também está na internet, no site www.zoompiracicaba.com.br.

Florespi abre inscrições para curso sustentável

por Ana Carolina Miotto

Para quem gosta de ajudar o meio ambiente, mas não sabe como, aí vai uma boa dica. A Florespi (Associação de Recuperação Florestal), organização social de interesse público de Piracicaba, está com as inscrições abertas para o curso teórico e prático de construções sustentáveis, que acontecem nos dias 10 a 19 de Dezembro. São 30 vagas para cursar os seis dias de palestras e vivências práticas sobre sustentabilidade. 


De acordo com a assessora de impressa Alessandra Morgado, no curso serão abordados temas sustentáveis como o slow food e praticadas atividades como camping e yoga. Nos dias 10 a 13 de Dezembro, o curso tratará sobre construções com taipa de pilão e bambu. Dos dias 18 a 19, o tema será a construção do telhado verde. No final do curso, os alunos ganharão um certificado.

A Florespi é uma organização não governamental cujo objetivo é recuperar áreas desmatadas, gerar renda em comunidades e promover a sustentabilidade. Desde sua criação , ela já plantou cerca de 5 milhões de árvores.

A taxa de inscrição é de R$ 500, incluindo matrícula, alimentação e espaço para camping. Quem quiser se inscrever deve mandar um email para cursos@floresp.org.br. Para mais informações, entre em contado com a Florespi pelo site www.florespi.org.br ou pelo telefone 34342328. O curso acontece no viveiro da ONG, no bairro Godinhos. A Florespi fica na rua Tiradentes, 1.139, no centro de Piracicaba.

Lula volta atrás no G20 e pede desculpas aos “brancos de olhos azuis”

por Érico San Juan

Érico: aquele dos olhos azuis...
O presidente Luis Inácio Lula da Silva pediu desculpas por uma declaração feita no dia anterior, a respeito da suposta dominação dos países pobres pelos “brancos de olhos azuis”. A declaração foi feita durante jantar promovido pelo G20 ao líderes da América Latina, no encerramento desta quinta-feira.

Acompanhado da presidente eleita Dilma Rousseff e do Ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, Lula ressaltou que sua declaração foi interpretada de uma maneira “equivocada”, principalmente pela imprensa inglesa, mas que respeita todos os países que promovam a integração social e econômica entre os povos, independente de raça, credo ou origem. “Com minha origem pobre e operária, eu fui um dos raros que conseguiu chegar à presidência de um país. Mas isso não seria possível  sem o voto de brancos, negros, pobres, ricos, homens e mulheres”, declarou Lula.

O Ministro Celso Amorim afirmou a convicção do governo brasileiro em reforçar a cooperação entre todos os países. “O que não podemos é deixar que os países ricos façam o que queiram em proveito próprio, sem pensar no progresso de países emergentes que já ocupam um papel de destaque no mundo”, afirmou o ministro.

Já a presidente eleita Dilma Rousseff relembrou sua origem húngara, afirmando que a imigração de seus pais ao Brasil, bem como a de imigrantes de outros países, só ajudou na construção de uma pátria mais desenvolvida. “O preconceito contra etnias é algo a ser combatido, e tenho absoluta certeza que o povo brasileiro usa de bom senso para lidar com essa questão”.

Lula aproveitou a ocasião para responder a respeito do comediante Tiririca, deputado mais votado do estado de São Paulo em 2010. Questionado se o humorista seria um bom deputado apesar de seu suposto analfabetismo, o presidente defendeu: “Tiririca é um idadão que usou do humor para ajudar o povo brasileiro do seu jeito. Agora, em Brasília, vai usar de sua sensiblidade de artista para ajudar o povo de outro jeito. A rejeição ao nome dele, sim, é puro preconceito”.

Vaca

por Sueli de Oliveira
Vaca, animal venerado na Índia, país de espiritualidade apurada e conhecida por Mahatma Gandhi, renomado idealizador da paz mundial.

Porém, no Brasil esse animal além de ser usado como alimento é também usado para tirar a paz.

O problema está no fato de espíritos de porcos encarnados usarem o nome do reverenciado bichinho para agredir... Do que estou falando?

Acordou bem cedo. O dia seria longo e cheio. Arrumar a casa, verificar os cadernos das crianças de casa. Separar material para os cadernos das crianças da escola.

À tarde começa o segundo turno e termina quando começa o terceiro à noite. E, hoje, o dia era diferente, não era apenas fazer aulas, mas tinha apresentação. O salão cheio de pessoas curiosas esperando apreciar o espetáculo. Aquele frio na barriga que não combina nada com quentura do rosto. Depois de uma apresentação vem outra e mais outra, está ficando próximo.

A coreografia...? Não lembra mais, se embaralhou junto ao medo de errar. Tenta ir embora, o parceiro de dança não deixa. Ensaiaram tanto, não é justo deixá-lo assim à porta do começo do show.

Meu Deus! e o rosto que não para de queimar.

Sueli narrando um triste episódio de sua vida  
E quando menos se espera tudo é tranqüilidade ao som envolvente do bolero, a única coisa de que não se lembra agora é do nervosismo. Abraça-me! E não me digas nada só abraça-me...


Está indo tudo bem, obrigada. É hora de ir embora. Chega à frente do carro e... Ela adora ler e não tem nada contra vacas, mas escrito com letras garrafais e profundas no capô do seu carro não caiu bem.

Lembra-se de que na chegada de sua apresentação foi abordada por um homem alto, moreno, bem vestido e bem educado até então. Ele está olhando os carros para que ninguém risque, roube o veículo ou algo dele. Quem contratou? Ele mesmo. Quem estipulou seu salário? Ele mesmo. Quem indica a hora de ir embora? Ele mesmo. “São R$ 5 por carro senhora e precisa acertar agora que eu vou ficar olhando o carro pra senhora” . “Pois é, mas agora é um tanto cedo demais,depois, assim que eu estiver indo embora a gente acerta.”

E tudo teria ficado bem se a vaca não tivesse ido parar no capô do carro. Da flanelinha para o canivete, o lugar é movimentado em frente ao clube de campo da cidade. E ninguém viu.

Para quem nunca se acha

por Sueli de Oliveira

Toten do Zoom Piracicaba
Zoom Piracicaba, rápido e com design arrojado, trata-se de um projeto que faz parte da GSU4u. Para melhor conhecer Piracicaba de forma inovadora e moderna. O Zoom é um guia turístico de plantão pronto para informar desde a história da nossa cidade a pontos turísticos e outros lugares de interesse público como: lojas, hospitais, drogarias, cinemas etc.

É possível saber por meio do Zoom até os filmes que estão em cartaz e essa como as outras informações poderão a partir de abril serem impressas. Tudo gratuitamente.

O projeto é sustentado por anunciantes e patrocinadores. Ele já existe em São José do Rio Preto e Londrina. Em Piracicaba conta com a idealizadora Leci Susana Scalon.

A nova forma de comunicação é apresentada em forma de texto, ilustrações e imagens. E está de acordo com a legislação municipal conhecida como Cidade Limpa, que trata a diminuição da poluição visual.

Por um mundo sustentável

ONG realiza curso para ajudar a todos a terem uma vida melhor

por Louise Berlanga

Louise: informando por um mundo melhor
Vida sustentável. Esse é o objetivo do “1º Curso Prático e Teórico de Construções Sustentáveis” que a ONG Florespi estará realizando de 10 a 19 de dezembro de 2010. A Florespi, que em novembro completa 23 anos de funcionamento, aproveitará de suas experiências para ensinar aos interessados algumas novidades de sustentabilidade e arquitetura ambiental, como o uso do telhado verde, estruturas com bambu e a construção de paredes de taipa de pilão.

Na coletiva de impressa, a assessora de imprensa Alessandra Morgado explicou que o curso é livre, acontecendo em dois finais de semana, realizados no Viveiro da Florespi, em Godinhos, e o valor do curso é de R$500,00. “Esse valor é grande, mas além de ser dois fins de semana, essa taxa inclui alimentação, espaço para camping, aulas de alimentação saudável (slow food), aulas de ioga, palestras com três profissionais em arquitetura sustentável, de também aulas de economia solidária, que se baseia na produção, consumo e distribuição de riqueza, ou todo mundo precisa ter tudo”, explicou Alessandra.

Os inscritos aprenderão, na teoria e na prática, que o uso do telhado verde é a instalação de cobertura verde, dando importância para a impermeabilização e também auxiliando na diminuição do peso, proporcionando melhorias em questão de conforto termoacústico e paisagismo, diminuindo a poluição ambiental nas grandes cidades.

Já o uso do bambu, explica Alessandra, é para uma estrutura com auxílio de aço, já que o bambu é 100% natural, e ajuda a diminuir ruídos internos, servindo como alternativa de baratear os custos de uma construção e de quebra ajuda a reduzir o impacto ambiental, sendo um material renovável.

A novidade fica com o uso da taipa de pilão que consiste em construir paredes de terra, mas no caso específico do curso de banheiros, para relacionar desafios de compatibilidade de tubulações, água e as então, paredes de terra.

Os profissionais de arquitetura e urbanismo palestrantes são: Eduardo de Aranha, formado pela PUC Campinas e fundador do Instituto do Bambu e da Empresa Bambureira. Eliana Baglioni, italiana formada pela Universidade de Florença, que já participou de diversas oficinas pelo mundo sobre práticas ligadas a construção com terra, e Rodrigo Munhoz, formado pela Universidade Mackenzie- S.P, que desenvolve projetos que visam a integração entre homem e natureza.

A Florespi trabalha com reflorestamento, recuperação de árvores em bacias hidrográficas, arborização urbana e áreas verdes e licenciamento ambiental. Localizada a Rua Tiradentes, nº 1139, já plantou cerca de 5 milhões de árvores, envolvendo profissionais do ramo agrícola (gestor ambiental), engenheiros agrônomos, biólogos), voluntários e cerca de 20 pessoas no trabalho manual de plantio.

Caminho da dor que desvendou talentos

por Sueli de Oliveira


Fernanda Martin Catarucci, professora de medicina chinesa leciona há um mês no Senac-Piracicaba no curso de massoterapia.

A medicina chinesa tem como base a teoria yin/yang e a teoria dos cinco elementos. É uma filosofia que trata além do corpo físico, afinal doenças são sempre resultados de desequilíbrios energéticos.


Para quem tem medo de massagens chinesas saiba que a técnica é bem parecida com a massagem indiana. A diferença está na pressão exercida pelo terapeuta, pois a obstrução de pontos energéticos é bem semelhante em ambos os métodos.

Fernanda cursava fisioterapia em São Paulo, onde mora, quando decidiu cursar também medicina chinesa. Foi motivada a conhecer melhor a arte pelo fato do irmão, que na época com apenas 14 anos, possuía a síndrome de Croin. Doença  que prejudica o funcionamento do intestino. Por anos de tentativas frustradas com a medicina ocidental, a família de Marcos Martin Catarucci, irmão de Fernanda, resolve tentar o artifício da medicina oriental. Após quatro anos de tratamento com acupuntura Marcos se vê totalmente curado.

E pelo caminho da dor Fernanda chegou a concluir não só seu curso de Fisioterapia como também a especialidade ocidental tão nobre. E atualmente defende seu mestrado em autocura.

Inovando a Cachaça Mineira

por Pamela Peruzzi

No meio de uma turma agitada da Fatec (Faculdade de Tecnologia), na cidade de Piracicaba, o que parecia ser mais uma estudante universitária daquelas que além de uma formação superior também busca festas e curtições, aquela mineira de sotaque carregado e fala mansa era diferente. Com uma expressão carregada de saudade e patriotismo, ela se destaca em busca de um sonho.

A Cachaça chegou em Minas na época imperial durante a descoberta do ouro.Onde os trabalhos sobre as montanhas frias da Serra do Espinhaço  a cachaça vinha para amenizar as baixas temperaturas. Daquele tempo para cá parece que muita coisa não mudou, as técnicas continuam as mesmas, sem tecnologia e sem nenhuma preocupação de higiene.
A mineira Glênia Guimarães,  nascida em uma família de apreciadores da cachaça mineira,  veio para o Estado de São Paulo em busca de melhorias das técnicas da produção da cachaça para levar para o seu amado Estado.

Essa Jovem empreendedora do quarto ciclo do Curso de Biocombustíveis conta como é ficar longe da família em nome de um sonho e de uma profissão nada convêncional de sua época.

O que te levou a querer fazer um curso e escolher uma profissão diferente?
Glênia Guimarões - Na região em que eu moro existem muitos alambiques e grandes degustadores de cachaça, inclusive meus familiares. Sempre quis entender sobre a cachaça para conversar com degustadores. Quando descobri esse curso de Biocombustíveis caiu como uma luva pra mim, pois além de aprender sobre a cachaça  teria a oportunidade de atuar também na área de energia renovável e beneficiar o meio ambiente. Então a distância não foi um empecilho para mim.

Você diz que a distância não é um empecilho mas vejo que você sente muitas saudades de casa, como você lida com essa distância? Você acha que esse sacrifício vale a pena, ficar longe de família, amigos e namorado?
Glênia - Não tem como deixar de sentir saudades da minha terrinha amada, só indo lá pra saber como é. Mas mantenho contato diário com o pessoal e vou uma vez por mês para vê-los, e nessas poucas vezes me renovo com os ares e carinhos mineiros e volto pra Piracicaba com mais vontade de estudar e levar esse diploma para Minas.
É realmente um sacrifício, mas temos que renunciar a certas coisas de vez em quando, para um dia colhermos bons frutos. Infelizmente,  tive que ir longe para achar um curso de qualidade, mas tenho todo o apoio da minha família, amigos e namorado e quero colher os frutos desse sacrifício junto com eles e para eles.

O que você acha que está faltando na produção da Cachaça mineira?
Glênia - A cachaça mineira é muito famosa e bem quista em todos lugares que vou. Queria melhorar esta fama empregando novas técnicas de produção, como higiene, certificações de proteção ao meio ambiente, saúde e segurança aos fornecedores e consumidores. Na minha opinião é só o que falta pra nossa cachaça ser pioneira e reconhecida nacional e internacionalmente.

Então o sonho vai muito além de melhorar a cachaça mineira, você quer promovê-la pelo mundo?
Glênia- De início eu pretendo aplicar à cachaça mineira tudo que estou aprendendo na faculdade como forma de aprimoramento. Mas como ninguém dá um ponto sem nó, alcançar âmbito internacional não seria uma má ideia (risos).

A área é recente, o mercado é restrito, com riscos de não dar certo. Criatividade e inovação serão palavras de direcionamento da sua carreira. Você está preparada?
Glênia - No meu caso que vou voltar pra Minas, realmente a área é restrita. Porém, com grandes chances de crescimento e alta demanda de mão de obra especializada, é aí que eu entro. E mesmo correndo o risco de fracassar na minha escolha, estarei preparada para insistir na área e realizar o sonho da inovação da cachaça mineira. Afinal, comendo quietinha no meu cantinho eu boto pra quebrar, uai!










Samira, a garota chefe de família

por Ana Carolina Miotto


Samira: apesar da vida dura, ela está sempre sorrindo
Samira Rodrigues de Campos tem 20 anos e trabalha a dois anos na Secretaria de Educação do Senac, em Piracicaba. Apesar da pouca idade, essa jovem já tem muita história para contar. Aos 12 anos perdeu o pai vitima de câncer no pulmão. “Na época, senti como se meu mundo desmoronasse, nós éramos muito apegados um ao outro”, relata.  Sozinha com a mãe e o irmão portador de deficiência mental, Samira arcou com a responsabilidade de se tornar chefe da família. Aos 15 anos começou a trabalhar e hoje sustenta a casa com o salário de 1300 reais, além de ajudar uma amiga e seu filho, que estão passando um momento de dificuldade. “Eu nunca deixaria uma amiga e uma criança na rua. Os acolhi em minha casa e ajudo no que precisam”, afirma a jovem.
Apesar da vida sofrida, Samira se considera uma pessoa feliz. Ela acredita que para conseguirmos um mundo melhor devemos lutar contra a pobreza e criar mais leis que protejam os animais. Seu grande sonho é que sua família seja mais unida. “Meus tios são muito distantes e brigam muito”.  Quanto ao futuro, Samira planeja continuar trabalhando no Senac,  alcançando cargos mais altos para ajudar cada vez mais sua mãe e seu irmão, que atualmente tem 36 anos.  “Sei que terei essa responsabilidade para o resto de minha vida. Quero fazer o melhor possível para eles”. Boa sorte, Samira!

Ovinocultura cresce no Brasil e busca aperfeiçoar produção


por Pamela Peruzzi 

Laboratórios móveis que oferecem tecnologia de ponta e pacotes de soluções para os criadores são a novidade
 

Com um mercado cada vez mais maior, a Ovinocultura vem ganhando destaque no Brasil por oferecer clima favorável e enorme extensão territorial. Nos bastidores do agronegócio já se fala que temos potencial para ser um dos maiores produtores mundiais de ovinos. Porém, como todo setor de criação de animais, existem as dificuldades e desafios a serem vencidos, principalmente no que diz respeito ao manejo do rebanho. A boa notícia é que também já existem soluções disponíveis de alta tecnologia e conhecimento, a fim de garantir a qualidade e produtividade do setor, o que acaba se tornando mais um incentivo para o crescimento da produção.

Um dos grandes entraves que afetam o rebanho de ovino é ligado às questões de manejo sanitário, que acabam causando doenças e afetando a produção. A principal doença é a verminose, que pode ser controlada por meio de exames periódicos. Um desses exames é o OPG (ovos por grama) que permite o controle da doença e assegura a sua sanidade.

Outros exames podem ajudar na melhoria do rebanho e valorizar o produto no mercado, como é o caso das Análises de Carcaças de animais vivos, por meio da tecnologia de ultrassom. Esse exame avalia a área de olho-de-lombo (AOL), acabamento de gordura subcutânea ou de cobertura (EGS) e índice de marmoreio (MAR). A partir desses exames, forma-se um conjunto de avaliações que determinam os melhores animais em termos de carne e carcaça.

Para garantir a expansão dos indivíduos, de preferência com boa genética, exames de gestação são outra novidade oferecida pelos laboratórios móveis. Com esses exames é possível melhorar os índices de prenhez ou, ainda, analisar os animais que são aptos para a reprodução, por meio de exames andrológicos.



Laboratórios móveis


Para o desenvolvimento da ovinocultura, o Brasil conta o aporte dos laboratórios móveis abastecidos com instrumentos e ferramentas de avaliação, controle e diagnósticos sempre acompanhados de profissionais da área do agronegócio – médicos veterinários, zootecnistas e engenheiros.

Primeira – e única – empresa a oferecer todo esse aparato de inovações tecnológicas de diagnóstico e contando com uma equipe capacitada e especializada, o IBS se destaca na realização de procedimentos de monitoramento in loco, fator que faz grande diferença, uma vez que o contato com a realidade de cada local permite oferecer soluções individualizadas, otimizando assim tempo e investimentos.

 
Sobre o IBS


Atuando desde 2006 no setor do agronegócio, o IBS é uma empresa brasileira de consultoria e tecnologia, que desenvolve programas para estruturação e predição da produção, realizando exames de diagnósticos – como os citados acima –, por meio de intenso trabalho de organização reprodutiva dos rebanhos, bem como por meio de atuação no âmbito sanitário, nutricional e de gerenciamento da atividade. Em busca do crescimento da ovinocultura, com conceito de proximidade e compartilhamento de informação, conhecimento e solução, um sonho torna-se realidade para o criador: ter à disposição tecnologia de ponta e suporte profissional, com custo acessível.


Mais informações podem ser obtidas pelo site www.ibspec.com.br


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

As aparências esganam

por Érico San Juan

Na noite do último domingo, as matérias da tevê sobre a ação policial no Complexo do Alemão explodiram em audiência. Na mesma noite, o cantor e compositor Léo Jaime, ídolo musical dos anos 80, combatia em outro front. Na internet.

Um internauta insone, em vez de assistir a tevê, resolveu fazer uma referência nada elogiosa à pança do cantor no Twitter. A grosseria gerou um caminhão de respostas ao tuiteiro com o rei na barriga. Em meio a defesas feitas pelos seguidores de Léo, o próprio assim se manifestou: “Eu não sou bonito mas tenho o maior corpão”.

É fato que as mulheres tem dificuldade para aceitar homens com quilinhos a mais. A não ser que esses quilos sejam adquiridos após o casamento, sob a cúpula do lar-doce-lar. Se a casa for adoçada com gotinhas de algum produto diet, melhor ainda.

As componentes do sexo feminino sofrem pressões da moda, da televisão e de outras mulheres para perderem todo o peso necessário. A tal pressão não deixa de ser um peso para se carregar. Mais um.
Érico e suas curvas perigosas. 

Para o parceiro da mulher incomodada com culotes indesejados, a questão é irrelevante. Afinal, num relacionamento saudável, o rapaz não deseja apenas saciar a fome de carne. Se a questão for somente essa, ele pode procurar uma churrascaria e se esbaldar. Sai até mais barato que namoro ou casamento.

O rapaz com amor no coração quer achar a sua cara-metade. Porque não dá pra ficar andando por aí com uma metade faltando. Independente da outra metade ser um espeto de churrasco ambulante. Com ou sem o churrasco no espeto.

Já tentei namorar uma moça fora dos padrões de beleza atuais. Imagino que o namoro tenha terminado por conta das minhas curvas, dignas de uma rodovia repleta de pedágios, e não as dela, sem placas de alerta na estrada.

O cantor Léo Jaime se declarou feliz possuidor de um corpão. Vou dizer o mesmo para minhas futuras namoradas. Quem não aceitar o meu corpão, com curvas perigosas e tudo, que faça uma lipoaspiração nos neurônios. 

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Presente de Deus

por Ana Carolina Miotto

Dicas da Ana sobre como se livrar do stress,
 mas precisa estar chovendo
No terceiro andar do prédio, vou à varanda e admiro a paisagem. Pôr do sol. Começa a chover. Chuva de verão. Presente de Deus. O ardente calor seco da cidade é refrescado pelas frias gotas de águas e pela leve brisa. O doce cheiro de chuva me comove.
Assim que sinto as primeiras e pequenas gotas solitárias caindo em minhas mãos, não tenho dúvidas: desço rapidamente as escadas, saio na rua. Rua calma, sem movimento, sem carros. Levanto os braços e o rosto, agora já encharcados, e me sinto possuída por uma refrescante sensação de limpeza da alma. Como se todas as minhas angústias se dissolvessem naquela água celestial que escorria em meu corpo. Me sinto limpa. Me sinto pura.

A chuva para. Eu, ensopada, volto para o prédio. Ao passar pelo portão, o porteiro me olha com ar de repreensão e diz “por que você fez isso? Qual é o seu problema?” Com voz melíflua e coração leve, eu respondo: “agora, nenhum, todos os meus problemas acabaram de ser levados pela chuva...”. 

Não é apenas o nariz que faz o palhaço

por Pamela Peruzzi

Em uma tarde de domingo, passo em uma praça na cidade de Americana e vejo um grupo de jovens reunidos. Já passa em minha mente, acostumada pela violência atual, que será que estão aprontando?

Fico ali, a observar.

Pâmela, observando e se surpreendendo
De repente, tiram de suas mochilas e sacolas: bolas, claves e tochas. Mas, como pode, meninos tão bem vestidos e bonitos, no desespero do desemprego, irão tentar a profissão dos “artistas dos semáforos”?

Então, começam o show, malabares com claves, bolas e tocha de fogo.

Ah, já sei, estão treinando para um trabalho de faculdade em que o projeto foi montar um circo, correto? Não.

Chega de adivinhar, deixo a timidez de lado e aproximo-me para questioná-los, afinal o que estão fazendo?

Chego perto de um rapaz que está agachado e toco em suas costas, pronta a fazer minha pergunta, quando me surpreendo com seu rosto pintado e um nariz de palhaço, e meio assustada começo a rir.

A surpresa é maior quando desvendo o mistério dos jovens na praça.

Trata-se de um grupo de JOVENS que participam de uma ONG chamada “Medicina do Riso”, o objetivo é levar amor por meio da arte clown e ter como consequência o sorriso. Interagem diretamente com o público, realizam seus trabalhos que vão desde intervenções em hospitais até localidades de carência extrema. A única meta desses jovens é levar a alegria a quem mais precisa.

O trabalho é levado com seriedade e muito estudo, e por isso se reúnem na praça todos os domingos, para treinar e ensaiar os shows de caridade que fazem por aí, de graça, onde apenas o riso é cobrado.

Em um tempo que assistimos a tanta violência causada por jovens drogados, revoltados sem motivo, nos deparamos com um grupo como esse, que passa o tempo semeando o bem e trabalhando com amor.

Afinal, não é apenas o nariz que faz o palhaço, é o espírito de levar a alegria e conseguir obter um singelo sorriso, mesmo que seja em meio ao susto, porque sorrir não faz mal a ninguém!

A vida é do jeito que tem que ser

por Adriana Patrício


É assim que essa mineira de 51 anos se refere à vida e a todos os acasos que lhe ocorreram. Neide Aparecida Borges Coutrim, nascida em Campos Altos, município localizado na região do Alto Paranaíba, é a segunda da fila entre dez irmãos, “todos palhaços, de bem com a vida”, segundo ela.

A apreciadora de pão de queijo, fazendo jus às origens, estudou até o 4º ano primário, mas sempre que possível está lendo alguma coisa “para manter a cabeça ativa”. Com 18 anos, casou-se com Walter Xavier Coutrim, e mudou-se para Americana, no estado de São Paulo, pois seu marido saiu da lavoura de café, em Campos Altos, e foi trabalhar em uma tecelagem na “princesa tecelã”, como é conhecida Americana.

Seu primeiro emprego foi como faxineira, aos 26 anos. Trabalhou em várias casas, mas há 13 anos presta serviços para a mesma família. Atualmente, Neide é o arrimo da casa; seu marido deixou de trabalhar em 1997, pois sofreu um acidente de trabalho, que lhe rendeu uma lesão na coluna, e foi aposentado por invalidez.

Sempre de bem com a vida, a mineira extrovertida levou um susto aos 32 anos de idade: descobriu que tinha um câncer de colo de útero e foi submetida a uma cirurgia. Ficou em tratamento por nove anos até ter alta, finalmente. Durante esse tempo todo, Neide disse não ter desanimado e nem tampouco reclamado da doença. “O que tenho para passar foi o que Deus deixou para mim.”

A “rainha do lar”, como se autointitula, teve seu primeiro filho aos 19 anos, Alex, e, aos 23, nasceu Rafael. Com 7 meses, o caçula teve meningite e ficou com sequelas: apresenta um atraso mental de quatro anos e pode ter crises convulsivas, caso saia do tratamento. Hoje, com 27 anos, frequenta a APAE de Americana há aproximadamente 15 anos. Nas palavras de Neide: “quando a meningite não mata, aleija”.

Seu primogênito casou-se em 2002 e já teve seu primeiro filho, Gustavo, que veio a falecer 1 ano e meio depois, com uma crise convulsiva oriunda de uma infecção não identificada. Essa é uma tristeza muito grande que ela ainda carrega, embora tente disfarçar, e seu sorriso dá lugar ao semblante sério ao falar do assunto. Neide disse que, na época, chegou a questionar a razão de uma perda tão grande. Falou, ainda, que de todas as peças que a vida lhe pregou, essa foi a mais cruel. Hoje, afirma que entendeu que ela precisaria passar por isso, que seu “anjo” cumpriu sua missão na terra. Espírita, Neide acredita que seu neto está sempre ao seu lado, dando força para suportar a saudade. Além disso, ela sempre se sente segura ao receber um abraço apertado do filho mais novo. “Quando o Gu morreu, foi o Rafa, com sua maneira de ser, que me fez ter forças. Ele me abraçava tão forte, parecia querer tirar de dentro de mim aquela angústia.”

Em 2006, a alegria voltou a fazer parte da família Coutrim. Nasceu Lucas, o segundo filho de Alex e, em 2007, Geovana veio para encher a casa de mais felicidade. Neide tem completa adoração pelos netos e sempre leva uma foto deles em sua carteira.

A mulher miúda, de cabelos pretos naturais, abre um sorriso ao falar de seu gosto pela música, “adoro o Michael Jackson”, e pela dança, “se eu pudesse, saía dançando por aí o tempo todo”. Quando está trabalhando, procura deixar um rádio por perto e sempre encontra tempo para assistir a programas ou filmes do Didi Mocó, “ele é um palhaço, sempre me faz rir”! Vaidosa, mantém as unhas dos pés esmaltadas e corta os cabelos regularmente.

Em um tom divertido, Neide resume sua vida em uma única palavra: “corrida”. “O que tenho para passar foi o que Deus deixou para mim, mas ele sempre me dá força para seguir em frente. Eu vejo a vida do jeito que tem que ser. Tudo o que eu passei, tudo o que acontece, tem um significado. Tem dia que eu acho que vou desmoronar, mas eu sempre levanto, pois eu tenho que cuidar do Rafa. Se não fosse ele, eu não teria suportado a perda do meu neto. Não sei o que seria de mim sem o abraço apertado que ele me dá todos os dias quando chego do trabalho.”

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Um "véio" pra lá de boa gente...

por Louise Berlanga


"Da luta não me retiro... Me atiro do alto e que me atirem do peito.
Da luta não me retiro nunca!" (O Teatro Mágico)

Quem passa à noite aos arredores do Senac Piracicaba, no horário do intervalo das aulas, se depara com uma figura simpática, notada até mesmo de longe. Os alunos em volta do senhor Rodolfo Ferracioli, o Véio, de 63 anos, disputam seus salgados e refrigerantes. Ele geralmente volta para casa com o carrinho vazio.

Um fato curioso é que de onze irmãos e uma irmã, seu sobrenome é o único a ser escrito com um l só. Erro de cartório, afinal, todos erram. Desses irmãos, quatro já são falecidos, mas Véio prefere apenas se recordar dos momentos bons vividos juntos. Faz questão de não se lembrar de datas e muito menos dos motivos pelos quais vieram a falecer.

Teve três filhos em seu primeiro casamento: Rosa Cristina Ferracioli, hoje com 35 anos, Rodolfo Jesus Ferracioli, com 32 anos (“Preferi Jesus a Junior”, disse sorrindo), e Frederico Bibiano, assassinado aos 30 anos de idade. Não explicou o motivo do sobrenome diferente, apenas deixou claro que ele foi morto porque “mexia com coisas ruins”, se referindo a entorpecentes em geral. “Esse filho eu prefiro embaixo da terra, era ruim e tranqueira como a mãe”. Lamenta em parte ter uma relação restrita com os outros flhos, pois a influência da mãe é muito forte e isso o afasta deles.
Louise e seu "véio" amigo gente boa

Já do segundo casamento, tem uma filha que, pelo modo de falar, parece ser a menina dos seus olhos. Roberta Carolina Ferracioli tem 21 anos, 1,80m de altura, é muito agarrada ao pai de quem tem muito ciúme e pelas palavras de pai, assim como todo pai orgulhoso, “é linda”. Ainda completa: “Que pai que não acha sua filha linda, né?”.

Sua história no Senac começou há 13 anos. Véio já vendia salgados em algumas lojas do comércio da cidade. Uma de suas clientes, que na época dava aulas na Unidade Benjamin do Senac, sugeriu que ele fosse vender seus quitutes no local, uma vez que no horário de intervalo das aulas, não havia opções boas por ali.

No primeiro dia, conta que não vendeu absolutamente nenhum salgado. Já no segundo dia, vendeu um pouco e daí em diante, as vendas só aumentaram. Com o aumento das vendas, Véio também aumentou suas amizades. Orgulhoso, diz que no Senac conheceu vários amigos, entre alunos e funcionários. Mas sua esposa o ajuda a preparar todos os salgados em casa, manualmente. Enquanto ele abre a massa cuidadosamente, ela preenche com os recheios variados. Na hora das vendas, algumas vezes, sua família o acompanha. Muito alegre, simpático, diz que gosta sempre de brincar com sua clientela, mas sempre mantendo o respeito. Brinca sempre, mesmo quando sua esposa está junto, assim ele mantem o bom convívio com os alunos e funcionários do Senac.

Já nos momentos de tranqüilidade, que são aos sábados e domingos, Véio gosta de trabalhar em sua marcenaria, reformando móveis. É o lugar onde consegue se distrair. E foi justamente nesse lugar onde aconteceu um pequeno acidente há quase dois meses, enquanto mexia numa gaiola. Quando percebeu, cortou dois dedos com a serra elétrica e precisou de cinco pontos em cada. Ainda hoje sente como se os dedos estivessem amortecidos, dificultando em alguns momentos seu trabalho.

Véio não costuma se atrasar para ir embora. Sempre espera os alunos voltarem para as aulas e parte a pé com seu carrinho, seguindo pela ponte, já que mora bem perto da escola. Nesses treze anos, foi assaltado apenas duas vezes mas ainda assim, prefere ficar receoso. É um número pequeno para quem faz o mesmo caminho há mais de uma década.

Com a aparência frágil, delicada, mas com a personalidade forte, simpática, extrovertida e jovial, não há quem não se encante com seu Rodolfo. Não há quem não queira comprar os salgados do Véio pela simples vontade de compartilhar cinco minutos de sua conversa boa e animada. Assim, é fácil encantar-se com a simplicidade de pessoas boas de alma como a dele...

Corrigir erros: decisão acertada

por Érico San Juan

De caneta vermelha em punho e dois diplomas na parede, Adriana Patrício dedica-se a seu trabalho de revisora 


O primeiro erro que Adriana quis corrigir na vida foi o próprio sobrenome: Patrício. Para seus colegas de escola, a menina que sentava na última carteira da classe “não tinha sobrenome”. Alta e magra num tempo em que Gisele Bundchen sequer despontava no horizonte, a estudante empenhou-se em ser a "melhor aluna média" de sua classe (“Nunca tirava dez nas provas, só oito ou nove”). 


Após completar os centímetros que faltavam em sua estatura, ao mesmo tempo em que concluía a faculdade, Adriana adotou uma profissão que rende fortunas aos fabricantes de canetas vermelhas: a revisão profissional de textos.

Érico em sua árdua missão de descrever
nossa revisora Adriana (ao fundo)
De nome tão comprido quanto sua estatura, Adriana Maria Jorge Patricio (“com acento no I, segundo a regra”, diz ela) cresceu com a pressão amigável para que se tornasse advogada. Era o ofício de suas tias por parte de pai, um bancário aposentado. 


A mãe, que ainda trabalha num cartório, esbarrou na discreta resistência da filha em seguir o caminho das leis: “Até hoje ela teima que eu faça um concurso público”.


Apesar de ter saído da PUC de Campinas com dois diplomas – bacharelado e licenciatura em Português e Inglês – e atender clientes em cidades como Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro, Adriana diz que seu irmão, procurador de trinta e três anos, é a “inteligência excepcional” da família: “Eu sou normal”. 


Orgulhosa, a mana desfila os méritos do mano prodígio. Aos dezoito anos, ele galgou o pódio em vários vestibulares: primeiro lugar na PUC em Campinas, segunda colocação na Unimep em Piracicaba, quinta pontuação na Unesp em Franca. O vigésimo lugar do irmão no vestibular da USP ela comenta em tom de brincadeira: “Nesse ele foi piorzinho...”.


A irmã do papa-vestibulares, em sua fase de encarar o dilema da escolha de curso, calculou o óbvio: não encararia profissões que a obrigassem a realizar cálculos. “Nas matérias de Física e Química, sempre passava com sufoco”. Acabou optando por Letras, um curso mais adequado a uma aluna exemplar de português


O desejo de trabalhar com revisão de textos ganhou força com a decisão de abandonar os postos de professora de inglês e de secretária bilíngue, “área pela qual não tenho o menor apreço”, diz a dona de um vocabulário assustador aos que não têm apreço a dicionários.


O empurrão inicial para a profissão diferente veio pelas mãos de um editor em Campinas, que apostou na novata formada em Letras. Em Americana, cidade-natal da agora free-lancer, recebeu o empurrão que faltava, de uma antiga professora de ensino médio.


Se o boca a boca espalha ao mundo as virtudes de uma revisora feito Adriana, garantindo sua sobrevivência, a língua afiada da profissional aponta as falhas mais comuns a quem coloca palavras no papel. “Erros de acentuação lideram a lista, ainda mais com as confusões geradas pelo desconhecimento da nova ortografia.” 


As concordâncias verbal e temporal também costumam sofrer maus-tratos na sua aplicação. “Em um livro, por exemplo, é comum a pessoa começar a contar algo no presente, depois passar para o passado e terminar no futuro”.


A dedicação ao trabalho, que exige disciplina e concentração absolutas para as correções nos textos, não impede Adriana de levar uma vida até certo ponto normal. Nas conversas entre amigos, por exemplo, ela se controla para não fazer dos papos um jogo dos sete erros. “Se um amigo fala: "estou soando muito com esse calor", eu não vou interrompê-lo e dizer: "quem soa é sino, você está suando".

Enquanto limpa o suor derramado pela maratona diária, Adriana acalenta o sonho de trabalhar numa editora. Faz mistério sobre um provável livro de sua autoria: “Deixa para uma próxima matéria...” O que não a impede de encerrar a conversa com uma frase de efeito. “Se o futuro a Deus pertence, nada cai do céu, não é? Temos que correr atrás”, diz, revisando o velho ditado.

Letras e Jornalismo juntos

por Adriana Patrício

Meu nome é Adriana, sou de Americana/SP, tenho 27 anos e sou formada em Letras (Português/Inglês), pela PUC Campinas. Atualmente, sou revisora e tradutora de textos, uma das muitas áreas que o curso de Letras permite com que eu trabalhe. Quando fui prestar vestibular, fiquei em dúvida entre Jornalismo e Letras, por conta da paixão pela escrita e pela leitura, mas escolhi a segunda opção, pois, além de tudo, eu poderia dar aulas (tenho bacharelado e licenciatura em Língua Portuguesa e Inglesa).

Adriana relatando sua luta diária na revisão
dos textos e na busca pelo reconhecimento
de sua profissão
Desde que me formei, em 2004, já trabalhei como professora de inglês, secretária bilíngue e, finalmente, revisora e tradutora de textos. Meu objetivo sempre foi a área de revisão de textos, mas as oportunidades que apareceram ao longo dos anos acabaram por me distanciar um pouco de minha meta.

Comecei a trabalhar efetivamente como revisora há quase dois anos, quando enviei um e-mail para uma editora em Campinas, pedindo um “auxílio” no meu ingresso ao mundo editorial, visto que eu não tinha experiência na área, apenas trabalhava como freelancer, de maneira bastante informal. Tive sorte em me deparar com um editor que acreditou em meu trabalho, mesmo sem conhecê-lo, e me deu uma oportunidade. Fiquei quase um ano na editora e aprendi muito.

Aos poucos, apareceram mais trabalhos – monografias e artigos para revistas – e então resolvi trabalhar por conta própria, assim eu não precisaria viajar todos os dias, sobretudo porque a cidade de Campinas (em especial, a Rodovia Anhanguera) me saturou um pouco. Tenho muito mais afinidade com Piracicaba, onde também tenho parentes.

Apesar de não ter feito Jornalismo, sempre encontrei tempo e disposição para escrever – tanto em blogs quanto em arquivos “secretos”. Hoje, por conta do meu trabalho, leio muito e já não tenho tido muito tempo para me dedicar à escrita tanto quanto eu gostaria. Sempre quis trabalhar em uma redação de revistas, como revisora mesmo e, por que não, como colaboradora também, mas sei que as oportunidades na região são um pouco limitadas na minha área. Envio currículos frequentemente e consigo alguns trabalhos frilas, mas ainda não me considero completamente realizada.

O trabalho de um revisor nem sempre é valorizado. Muitas pessoas acham que não é preciso contratar alguém para corrigir o Português. No entanto, revisar um texto vai muito além apenas da correção ortográfica. Assim, com o objetivo de conseguir um bom emprego e valorizar cada vez mais o trabalho de um revisor, sigo nessa luta diária, me especializando ao máximo.

Eu e meu texto

por Pamela Peruzzi

Sou Pamela Peruzzi, tenho 28 anos, publicitária de formação e apaixonada pela vida.

Com uma carreira não muito linear, comecei minha trajetória em um escritório de contabilidade. Meus pais são contadores e praticamente nasci no meio dos livros-caixas e fiscais.

Apesar de um pouco tímida, sempre gostei da área de comunicação, de artes e leitura. Cheguei ao curso de Publicidade depois de ter feito um curso de web designer no Senac. Achei que amava criação, hoje, corro do Coreldraw e de todos os jobs que envolvam apenas criação.

Atualmente, digo que sou publicitária de boca cheia, pois, para chegar aonde estou, penei muito. Após anos dentro de um escritório de contabilidade, um estágio me libertou. No terceiro ano de faculdade, fui trabalhar em uma multinacional, uma metalúrgica, mas como toda empresa cheia de regras, não consegui criar muito e me comuniquei pouco. Com a faculdade, o contrato do estágio terminou. Fui trabalhar em outra empresa, dessa vez uma gráfica e editora, fiz um pouco de diagramação e criação de capas e cartões. Logo quem? Eu! Durante toda a faculdade prometi que ficaria longe do Photoshop e outros programas gráficos.

Pâmela descrevendo sua conturbada relação
de amor e ódio com o Português 
Isso não se estendeu por muito tempo, uma nova oportunidade e uma experiência surgiram. Outra metalúrgica, parecia até um carma. Aceitei, pois acreditava que  uma área de marketing seria criada. Pura ilusão. A única coisa que fazia de marketing era organizar uma pequena feira, de um estande de 15 m₂. Às vezes, pensava que eles tinham confundindo o cargo de marketing com telemarketing.

Como nada é para sempre, depois de um caminho árduo, chegou a minha vez. Entrei em uma agência e posso dizer que estou amando. Sou responsável pela conta de uma empresa na área de agronegócio na qual faço a organização de feiras, assessoria de imprensa e publicações no site. Faço completamente tudo, menos, adivinha o quê? Criação!

Procurando aprender escrever melhor e atualizar-me na área, aqui estou. Afinal, confesso, amo ler, mas fico tão atenta às historias e envolvidas nos romances que acabo esquecendo de ver como se escreve corretamente. Sabe, sempre gostei muito de literatura, mas brigava com as aulas de gramática e concordâncias. Acento? Acento até hoje é um mistério para mim e a crase é uma gracinha, mas quando usa mesmo? Para ajudar, houve a recente Reforma Ortográfica.

Apesar de gostar muito de escrever, tenho esse pequeno probleminha: o de tentar escrever corretamente. Minha paixão pela escrita começou aos 12 anos, quando ganhei meu primeiro diário. Pratico esse exercício até hoje. Minha irmã e amigas dizem que escrevo bem e morrem de rir com meus e-mails, mas sinto que falta alguma coisa.

Assim é meu texto, escrevo do meu jeito, tento passar a informação de uma forma direta e leve. Escrevo para que a pessoa não se canse de ler e que, quando chegue ao final, tenha a seguinte sensação: "Já acabou?”